Meus sonhos, até os ainda não nascidos
Precisam de alguém para gestá-los comigo.
Minhas frustrações querem ser divididas,
Ser pelo menos ouvidas,
Acolhidas por um coração
Que possa diminuir sua proporção.
Quisera eu mostrar-me menos completa,
E deixar meus vazios a mostra,
Assim quem sabe não se fariam mais apostas,
Nem jogos, nem trocas.
Nasci para a entrega
Mas não sei mais me entregar sozinha.
Estou sedenta,
Me falta essência.
A sede me enfraquece,
Me leva ao delírio.
Não me permite enxergar o que tenho,
Venda meus olhos, desnorteia, embaça o perigo.
Até quando seguirei assim,
Criando personagens ao redor de mim?
Até quando abraçarei a solidão, conhecida antiga,
Como se fosse uma amiga?
Tenho medo de esquecer quem sou,
Já que perder-me já está me acontecendo.
Tenho medo de desistir do amor,
Mesmo não querendo.
Busco lá dentro da alma
O resto de fé que me enlaça,
E este resto é tão cheio de graça,
Que é suficiente para que eu ainda queira rever.
Rever minhas palavras, meus atos, meus sentimentos...
Rever meu jeito de relacionar com o tempo,
Julgando a vida longa demais
E supondo que nunca será tarde demais.
Rever minhas escolhas, meus caminhos,
Abraçar a mim mesma e dar o passo.
Matar a sede mas não por completo,
Pois só assim conseguirei enxergar
As possibilidades que estão por perto.
Ei Tati !!!
ResponderExcluirAdorei o BLOG, belos textos, se abrir não é tarefa nada fácil...
Lembrei de uma frase do José Saramago:
“Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia”.
Não necessariamente ‘sangrar’, né?! Mas se permitir sentir e expressar...
Parabéns pela iniciativa e coragem!!!
Bjs,
Tati
Obrigada, Tati!!!
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