UMA PAUSA NA RAZÃO E MEU DESCANSO NA LOUCURA

sábado, 26 de julho de 2008

Pra sempre

A verdade é que pra sempre existe.

A gente é que finge que não
Pra não ter que encarar
A desesperadora verdade que é
Não poder mais interferir
Em algo que já se tornou
Para sempre!...

Para sempre as minhas cicatrizes
Cada vez que me olho no espelho.
Para sempre as minhas lembranças
Cada vez que me parto ao meio
E investigo até onde eu acho que não posso mais chegar.
Enganando a memória, refazendo a história,
Arrancando as coisas do seu devido lugar.

Para sempre os sons que marcaram minhas pegadas.
Para sempre os cheiros nas encruzilhadas.
Para sempre os gostos das experiências.
Cada uma em sua essência.

Para sempre os risos e as lágrimas derramadas.
Para sempre as páginas viradas.
A inocência perdida, as estratégias falidas.
E todos os sonhos de uma vida...

Ah, esses sim.
Que sejam para sempre!

Te perder sem te ganhar


Ah!, a saudade...
me rasgando em mil pedaços,
em fragmentos de tantas ilusões e devaneios,
em partes de mim que eu nem sabia existirem,
em medos que nem preciso mais ter,
em sonhos que ousei sustentar,
em lágrimas por te perder sem te ganhar.


Só coisas

Saberes que não revelam
Sabores que não saciam
Desejos escondidos, perdidos no final
Só coisas boas, tolas, a toa, só coisas...

Então você
E o meu coração desafina
Tudo se confunde, se mistura
É a dor que sem doer desatina

O indizível e o invisível me entregam
Coração rasgado chora e ri de desagrado
Me despeço de onde não cheguei
Conjugo os verbos de amanhã no passado

Inexplicavelmente eu recomeçaria
Tudo de novo se fosse preciso
E mais uma vez, e tudo outra vez
Até me perder no teu riso

Pois cada perfume no ar que eu sinto
E nem sei se ainda respiro
Cada gosto misturado
Embriagando meu ser e minhas fantasias
Fazem parte da paz e da agonia
De saber que só sei te olhar.