É incerto, relacionar é sempre incerto,
é correr um risco, vários...
Mas há o dever de fazer valer a existência.
Ou como disse a Clarice*,
...há a vida que é para ser
intensamente vivida, há o amor.
Que é para ser vivido até a última gota.
Sem medo. Não mata.
Não, ninguém morre de amor.
Morre de ciúmes, de saudade, de desespero, de desilusão, de carência, de medo, de insegurança, de culpa, de sentimento de posse, de desespero, de ressentimento, de solidão, de depressão... que é um pouco de tudo isso misturado..., mas de amor, não!
"O amor está em quem ama e não em quem é amado"**,
e independente do que acontece do outro lado,
amar é como um presente que é dado,
é sair de dentro da gente sem a pretensão de habitar o amado,
apenas desprendimento, acolhimento e cuidado.
O amor se revela na caridade, no perdão e na cumplicidade.
Se traduz muito em gestos e pouco em palavras,
em vida vivida mais do que em vida sonhada ou prometida.
Amor não mata, pode apostar!
Já morri muitas vezes e nenhuma delas foi de amor.
Mas em todas foi o amor que me ressuscitou.
*Lispector
**Platão