UMA PAUSA NA RAZÃO E MEU DESCANSO NA LOUCURA

sábado, 25 de junho de 2011

Feriado

Presente cheio de passado.
Afeto extravasado. 
Tempo e espaço para mim.
Livro, música, edredom, amor sem fim. 
Chega de pensar em futuro.
No fundo, nada é seguro. 
Fui morar um tempo dentro do meu coração.
Por favor, não me incomode não. 




segunda-feira, 20 de junho de 2011

Mais um outono se vai...

Meu trigésimo terceiro outono
vai-se embora agora
Mas deixa bons cheiros no ar,
Muitos encontros para lembrar,
E ainda mais motivos para amar.
Hoje é o último dia
da minha estação preferida.
Que passou depressa,
como quase tudo em minha vida.
Ainda bem que já estou aquecida
para o inverno que chega.
E também disposta a viver
tudo que meu coração deseja.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Amor não mata


Entregue-se. 
É incerto, relacionar é sempre incerto, 
é correr um risco, vários...
Mas há o dever de fazer valer a existência.
Ou como disse a Clarice*,  
...há a vida que é para ser 
intensamente vivida, há o amor.
Que é para ser vivido até a última gota. 
Sem medo. Não mata. 

Não, ninguém morre de amor. 
Morre de ciúmes, de saudade, de desespero, de desilusão, de carência, de medo, de insegurança, de culpa, de sentimento de posse, de desespero, de ressentimento, de solidão, de depressão... que é um pouco de tudo isso misturado..., mas de amor, não!
 
"O amor está em quem ama e não em quem é amado"**, 
e independente do que acontece do outro lado, 
amar é como um presente que é dado, 
é sair de dentro da gente sem a pretensão de habitar o amado, 
apenas desprendimento, acolhimento e cuidado.
O amor se revela na caridade, no perdão e na cumplicidade. 
Se traduz muito em gestos e pouco em palavras, 
em vida vivida mais do que em vida sonhada ou prometida. 

Amor não mata, pode apostar! 
Já morri muitas vezes e nenhuma delas foi de amor. 
Mas em todas foi o amor que me ressuscitou.

*Lispector
**Platão

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O dia

Seria dia de descobrir
As notas certas
Para a viagem incerta
Que faríamos só nós dois.
Abandonando as reservas
Desinventando as palavras
Não deixando nada para depois.
Faríamos música juntos.
Poesia.
Barulho.
História.
Arte.
Poderíamos percorrer mapas.
O sentido sem sentido do silêncio.
E o amor maior do mundo
que há em mim e em você.
Era só você querer.

Ah... você!

Você chegando, você me olhando,
você querendo a minha presença.
Você e seu abraço, seu cheiro e seu afeto,
talvez eu nem mereça.
Não tenho anticorpos para tudo isso...
...Me rendo... Me enlouqueça!
É que um tantinho só de loucura
até que faz bem pra cabeça!